Desde que a DKW Vemaguet saíra de cena, o Brasil não tinha uma caminhonete de médio porte. Então, no fim de 1969, a Volks mostrou a Variant, com motor traseiro e dois porta-malas. O modelo era espaçoso, fácil de dirigir e tão confiável quanto um Fusca. Virou um dos carros preferidos pelas famílias brasileiras nos anos 70- mais de 250 mil exemplares foram produzidos. A Variant chegou para ocupar uma lacuna criada pela própria Volkswagen: em 1967 a marca alemã havia comprado a fábrica da Vemag e tirado de produção a única caminhonete média feita aqui, a DKM Vemaguet.
Os anúncios da época enfatizavam que a Variant tinha um porta-mala atrás e outro na frente- onde a bagagem dividia espaço com o tanque e o estepe. Para os padrões da época, o estilo era bastante atraente. No primeiro ano de produção, os faróis tinham lentes retangulares. Como a Variant tinha apenas duas portas, seus vidros laterais traseiros eram compridos toda a vida... E só um pedacinho abria, para ajudar a ventilação interna. Por dentro, o acabamento não chegava a se luxuoso, mas impressionava. O painel era coberto por plástico que simulava jacarandá, uma febre na época. Como a plataforma era muito mais larga que a do Fusca, o espaço interno era bom. E mais: os bancos dianteiros eram individuais, anatômicos e com encostos reguláveis. Um avanço e tanto em relação à finada Vemaguet.
Com preço ligeiramente superior ao de uma Kombi de luxo, a Variant se tornou um sucesso imediato no mercado (lembrem-se de que o modelo não tinha concorrentes direto no Brasil). A primeira rival chegou poucos meses depois, em março de 1970, era a Ford Belina. Os compradores de Variante eram, na maioria, ex-proprietários de Fusca.
Em meados de 70 a Variant passou por sua primeira plástica nos faróis, capô e o escudinho da VW que ia deitado, ficou de pé, bem no nariz do carro. Não demorou e veio a segunda e a maior mudança estética: em julho de 71, a Volks lançou sua “linha 72” , a dianteira da Variant passou a ser mais limpa, inclinada e bem baixinha. Os anos passaram e a Variant manteve-se na mesma, recebendo apenas pequenas alterações e aprimoramentos. Até que em dezembro de 77, a Volks apresentou uma sucessora: era a Variant II, com carroceria maior, linhas retas e suspensão McPherson. A nova caminhonete, contudo, era pesadona, tinha o vício de enferrujar e jamais fez tanto sucesso quanto a original. Ficou três anos em produção-quando deixou de ser fabricada em 1981, o projeto da Parati estava a todo vapor.
